sábado, 16 de fevereiro de 2013

Meteoros - História da Meteorítica

Essa semana, o mundo foi surpreendido pela notícia de um meteoro de 10 a 40 toneladas que passou muito perto da Terra na Rússia. Alguns fragmentos menores chegaram a atingir o solo. O rastro no céu, assim como a explosão causada quando a rocha metálica desacelerou abaixo da barreira do som foram captados por vídeos amadores, que constataram o poder destrutivo do fenômeno: 25 milhões de Euros, principalmente em vidros quebrados, além de 1200 feridos indiretamente.

Meteoros, Meteoritos e Estrelas Cadentes chamam a atenção de nossos pares desde a Pré História, além de terem papel crucial no desenvolvimento da tecnologia de trabalho com metais.

É sabido que índios na América do Norte usavam meteoritos metálicos para fundirem suas armas, e é desse fato que surge a ideia de que nossos ancestrais pré históricos fariam o mesmo, pois não havia fonte mais fácil de metais que as estranhas rochas que encontravam perdidas no chão.
Na Grécia, o filósofo Diógenes da Apolônia chegou a teorizar que o fenômeno consistia em rochas que caiam do céu e atingiam lagos e o mar, o que tornava impossível sua localização. Porém, por muitos Séculos foram configuradas como meros fenômenos atmosféricos, como a chuva e os trovões, que seriam criados a partir das nuvens, ou ainda que seriam fragmentos de explosões vulcânicas.

Mesmo após a invenção do telescópio, a comunidade científica acreditava que o espaço interplanetário era vazio, alinhados com a teoria de Isaac Newton. Já no século XVIII é que começaria o desenvolvimento da ciência da Meteorítica, mas demoraria anos para que se empenhasse alguma credibilidade às novas evidências.

Em 1772, o explorador Peter Pallas descobriria, na Sibéria, uma rocha de metal com gemas incurstradas que a população local dizia ser caída dos céus. Talvez tenha sido um dos primeiros a defender oficialmente a a etiologia cósmica dos meteoritos.

Florens Chladini, apoiado por Pallas, publicou a primeira teoria de rochas provenientes do espaço interplanetário. Pela obra "Sobre a Origem do Ferro de Pallas e outras similaridades a ela, e sobre alguns fenômenos naturais associados" de 1794, ficou conhecido como Pai da Meteorítica. Infelizmente, para a época, sua obra não foi levada a sério.

A primeira chance de provar a teoria ocorreu um ano após a publicação. Na Inglaterra, mais precisamente em Wold Cottage, caiu um pedra de 25Kg, de liga semelhante ao Ferro de Pallas e de outros citados na obra de Chladini. Essa análise foi realizada por Esward Howard, químico britânico. Seria o início da popularização da Meteorítica na comunidade científica.

Ainda assim, muitos encontravam-se descrédulos. Foi em 1803, em L'Aigle, França, que o físico Jean-Baptiste Boit analisou uma chuva de milhares de meteoritos de composição semelhante às anteriormente encontradas. Não havia dúvida de que a meteorítica merecia atenção.

Como se pode observar, fenômenos como o ocorrido na Rússia sempre fizeram parte da nossa história, mas nunca foram documentados e capturados como o dessa semana. A era da informação instantânea nos leva a superestimar fatos, por isso precisamos de critério ao analisar eventos e mensurar suas proporções.
Em 1908, por Exemplo, um evento de maior escala atingiu Tunguska, também na Rússia, mas a tecnologia da época não proporcionou o conhecimento necessário para o seu esclarecimento total, levando a inúmeras teorias, algumas totalmente infundadas. Mesmo no Brasil, um evento de magnitude semelhante ocorreu perto do rio Curaçá em 1930. Um missionário, poucos dias depois, recolheu o relato de pessoas do local, todas muito assustadas. Em 1997, uma expedição chegou a encontrar a suposta cratera, hoje alvo de muitas pesquisas mas, por ter sido em um local tão inóspito, o fato ficou quase esquecido. Talvez, com o conhecimento adquirido hoje, possamos até mesmo descobrir melhor o que ocorreu no início do século passado. Essa é a ciêcia da Meteorítica, em desenvolvimento constante e auxiliar na explicação do passado e do futuro.

Atenciosamente.

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